O gabinete pastoral
É um lugar aprazível, viciante, mas pastores não foram feitos para eles.

Se existe um lugar que eu gosto de estar é no gabinete pastoral. Lá estão meus livros, meus recursos, tenho um ambiente agradável e propício para o estudo e preparo para a produção de sermões, aulas, meditações, artigos, podcasts, vídeos e tudo o que se pensar. É bom demais. No entanto, volta e meia me sinto na necessidade de sair de lá para escrever e outros lugares. Este texto nasceu no banco do ônibus e foi concluído numa cafeteria.
O gabinete pastoral é ótimo, mas pastor não pastoreia só do gabinete. O pastorado é fundamentalmente relacionamento com Deus e com o povo. Se o pastor não sai do gabinete, não vê gente, não conversa com as pessoas, não visita e não se relacina fora dos horários de culto. Daí ele se torna um intelectual, mas não um pastor. O olho no olho, os gestos, as palavras ditas e não ditas fazem parte da construção do ser pastor. Quando o pastor limita sua atuação ao gabinete, apenas, ele está abrindo mão de saber das necessidades de sua comunidade e de como Deus quer falar com ela. Ouso dizer que é na relação com o povo que nasce o sermão, antes mesmo de abrir a Bíblia.
O gabinete pastoral é bom, mas melhor ainda é quando estamos em contato com o povo, em conversa, em diálogo constante sobre a vida com Deus. Não permita que seu minsitério se feche no gabinete, construa seu ministério na relação com o povo da sua igreja e de fora dela. Há muita gente precisando conversar, desabafar e necessitadas de algo que você conhece bem: a mensagem de salvação, as boas novas de grande alegria, o Evangelho.