Natal

Um olhar sobre o Natal pandêmico

Ah! O Natal, ele está aqui, chega trazendo suas luzes, decorações e agitações. Mas há algo de diferente no ar. Paira sobre a humanidade uma sombra escura e densa, que muitos insistem em ignorar, mas que já ceifou, só em nossa nação, mais de duzentas mil vidas. Em memória delas, e de todos seus amigos e parentes, nosso peito se fecha, apertado, sentindo a dor que sentem, a ausência que se faz na noite de hoje.

É natal, tomados por tão escura e densa sombra, parece não haver razão para celebrar. Talvez seja o natal do silêncio, das vozes à distância, dos sorrisos pelas telas, dos abraços virtuais. Sim, talvez seja. Se as densas sombras nos distanciam, há, no entanto, uma luz que nos aproxima, uma luz que nos mostra a direção. Uma pequena luz.

Naquela noite, em Belém, na Judeia, uma mãe dava à luz. Não haviam parteiras, nem equipe médica, tão pouco a família estava por perto para ver o nascimento da criança. Eram Maria, José, alguns animais e, agora, ouvia-se o choro de uma criança.

Ah! A esperança que é o nascer de uma criança! Que rima boa de fazer: criança com esperança, esperança é a criança. Diante da esperança que nasce em meio ao presente sombrio que vivemos, esperamos uma esperança, esperemos uma criança, e assim como o profeta, cercado de densas sombras por todos os lados, gritou no passado, anunciamos hoje aos desesperançados, enlutados, internados, isolados e distantes:

UMA CRIANÇA NOS GUIARÁ (Isaías 11.6d)

POR ISSO TEMOS PAZ!
NOITE DE PAZ!