Movimento

Giovanni Alecrim
2 min readMay 23, 2019

Não sei quando começou, e nem faço muito questão de saber, para ser sincero, mas os movimentos para-eclesiásticos andam proliferando e investindo pesado.

Chamo aqui de movimento para-eclesiásticos as inúmeras iniciativas de organizações que são criadas para atender alguma especificidade do mercado evangélico. Os católicos não estão imunes a eles. Nomes modernos, termos em inglês, aglomeram os mesmos preletores, os mesmos nomes na organização, os mesmos métodos: site, eventos, palestrantes renomados (os mesmos) e por aí vai. O que me parece é que apostam na novidade para chamar atenção, mas quando vemos, é só mais um movimento, mais um aglomerado de líderes de uma mesma corrente de pensamento, do mesmo grupo eclesiástico, que subscrevem o que o mesmo conjunto de editoras, eternas investidoras dos eventos, determinam.

O grande problema dessas estratégias é que ela cria uma cultura de que os eventos é que são responsáveis pelo avivamento, ou pela capacitação, do cristão. Não sou contra os eventos, participei de alguns, e continuarei participando e propagandeando, principalmente dos amigos. Sou contra os eventos se tornarem a ferramenta de capacitação única do grupo. Movimentos são bons, mas são o que são, pontuais, despertadores de ideias, mas não podem ser um fim em si mesmo, que é o que acaba acontecendo com a maioria deles. Se você se identifica com alguma linha teológica e não participa dos eventos que os movimentos ligados a ela promovem, você é visto como um desatualizado. Assim, de evento em evento, o que era para ser saudável, se torna mercado, com lucros bem calculados.

A saída é não se render ao sistema. Tem vontade de ir ao congresso? Vá, mas não menospreze seu pastor, sua comunidade, sua igreja, seu professor de escola dominical, seu líder de célula, seu discipulador porque ele não foi. Não pense que o evento te dará tudo o que precisa para desenvolver sua fé e nem que eles serão responsáveis pelo avivamento. Todo avivamento parte das Palavra de Deus, com fundamentação e pressupostos bíblicos, sem deixar de lado a história do povo de Deus que está sendo alvo do avivamento do Espírito. Avivamento não é um movimento promovido por mãos humanas, mas sim uma ação do Espírito Santo na vida do cristão. Todas as vezes que um cristão se arrepende de um erro, busca repará-lo e humildemente se sujeita às consequências dele, ali acontece um avivamento.

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