A paixão de Cristo

Giovanni Alecrim
6 min readApr 14, 2020

Sermão em versos

Parte 1: da Última Ceia ao Sepultamento

Ao redor da mesa, cada discípulo com o mestre está.
Trocam palavras, olhares e risos, momentos de alegria.

A janta esta posta, o vinho sobre a mesa, divina refeição.
Momentos de alegria, com o mestre em comunhão.

Diante de todos ali reunidos, Jesus tomou um pão.
Deu graças, o partiu e distribui: este é o meu corpo, comam.

Ainda sem demora, ergueu o cálice dando graças ao Senhor.
Este é o meu sangue, nova aliança firmada por Deus em amor.

Ao saírem da ceia, ao Getsêmani partiram para orar.
Afastando-se dos demais, não quis a todos chamar.

Apenas Pedro, Tiago e João o mestre chamou.
E rosto prostrado ao chão, à Deus ele orou.

Pai, tudo podes, não há nada impossível a ti.
Se quiseres, tu podes, passa de mim este cálice.

Mas tua vontade seja feita, não a minha, meu Senhor.
Entrego-me em tuas mãos, cumpra em mim o teu amor.

Afastados um pouco mais, Pedro, Tiago e João dormiam.
Jesus os questionam, por que nem ao menos comigo vigiam?

O espírito, na verdade, pronto está
Mas a carne ainda pode fraquejar.

Orando no Jardim, viu os guardas a se aproximar.
Adiante deles vinha Judas, pronto para lhe entregar.

Jesus sabia bem, sua hora já chegou.
Como ovelha ao matadouro, ele se entregou.

Preso pelos guardas, por Pedro negado.
Diante do Sinédrio, falsamente acusado.

A Pilatos, governador da Judeia, o encaminharam.
Diante do poder dos governantes o condenaram.

Era costume um preso, na páscoa a liberdade ganhar.
O povo não hesitou: Jesus não! Queremos Barrabás!

Assim a sentença foi dada, Jesus condenado está
Com uma capa e uma coroa de espinhos vieram lhe adornar.

Tantos açoites e escárnios, Jesus ali suportou.
Apontaram-lhe um caminho, Calvário, para lá ele caminhou.

Sob seus ombros, puseram pesada cruz.
Condenado e sentenciado, caminhava Jesus.

Em meio a tantos escárnios, sobre seus ombros pesada cruz
Impuseram a Simão Cirineu a cruz que carregava Jesus

Ainda em seu caminho, para no Calvário ir morrer
Impusera a Simão Cirineu, que o viesse socorrer.

Caminhada sofrida, via crucis, rumo a morte.
Os guardas, de suas vestes, deitaram sorte.

Ainda no caminho, escárnio e dor a enfrentar.
Jesus falava às mulheres para as consolar

Chegou ao Calvário, após caminhada sofrida.
É chegada a hora da dor, está próximo o fim da vida.

Ali, ladeado por dois bandidos, pregado fora na cruz.
Salva-te a ti mesmo, gritavam os soldados a Jesus.

Sozinho, abandonado, na cruz fora pregado
É chegado o fim, Jesus fora crucificado.

Acima de sua cabeça lhe colocaram uma inscrição
Jesus, Rei dos Judeus. Que Deus o salve, então.

O céu converteu-se em trevas, escuridão tomou conta dali
E Jesus em alta voz clamou: Eli, Eli, lamá sabactani?

Uns zombaram, pensaram que por Elias chamava.
Ignoravam que a face de Deus lhe fora virada.

O brado forte de Jesus fez-se ouvir no Calvário
O véu rasgou-se de cima em baixo no Santuário.

Entregou seu espírito, morreu Jesus, nosso Senhor.
Aos pés da cruz choravam as mulheres, a sua dor.

Morto está Jesus, da rude cruz ele fora baixado
Retiraram-lhe os cravos, do madeiro despregado.

Vindo de Arimateia, homem rico e discípulo de Jesus
José foi até Pilatos pedir o corpo que esteve na cruz.

O corpo de Jesus fora envolto em pano limpo de linho
Numa tumba cravada na rocha, o sepultaram sozinho.

A porta fora por grande pedra lacrada
E do lado de fora, uma escolta colocada.

Assim Jesus de Nazaré foi morto e sepultado.
Meditemos em sua morte, corações ao céus voltado.

Não esqueçamos jamais, do sacrifício da cruz.
Dor, escárnio e sofrimento por nós suportou Jesus.

Parte 2: Jesus Ressuscitou

Cedo se levanta Maria Madalena no primeiro dia da semana
Caminha para o túmulo de Jesus, seu mestre que tanto ama.

Ao chegar lá, qual não foi sua surpresa e espanto
A pedra está removida! Onde está o mestre que ama tanto?

Correu, Maria Madalena, para Pedro chamar.
Removeram a pedra! O corpo não esta lá!

Pedro e o discípulo amado para lá correram a uma
O discípulo amado, mais ágil, chego primeiro à tumba

Sem coragem de entrar, na porta apenas observou
Que o tecido de linho estava no chão e o corpo não encontrou.

Pedro ao chegar, entro no túmulo sem hesitar
Olhou, olhou, sem Jesus ao redor encontrar

Voltaram para casa, no caminho a meditar
Segundo as Escrituras, Jesus ia Ressuscitar!

Maria Madalena, no entanto, à porta do túmulo ficou
Agachou-se, e para dentro da tumba e olhou

Espanto: dois anjos sentados a lhe perguntar
Mulher, porque estais aqui, a chorar?

Levaram o meu Senhor! Não sei para onde o levaram!
Tendo dito isto seus olhos para trás se voltaram.

Em pé diante dela estava seu mestre, Jesus a falar
Mulher, por que choras? A quem queres encontrar?

Pensando falar com o jardineiro, Maria Madalena perguntou
Diz-me logo sem demora, onde está o corpo do meu Senhor?

Não precisou nenhuma outra palavra, ele apenas a chamou
Maria! Disse Jesus, ela sem demora para ele se voltou!

Não me detenhas, ainda muito por fazer aqui
Até o dia em que para o meu Pai eu for subir

Mais tarde caminhavam com destino à vila de Emaús
Dois discípulos que seguiram os passos de Jesus.

Juntou-se a eles o mestre enquanto caminhavam
Quis logo saber sobre o que eles conversavam

Como podes vir de Jerusalém sem saber o que aconteceu?
Acaso não sabeis do Nazareno, aquele que na cruz morreu?

Chegaram a visitar a tumba onde o colocaram
Foram até lá mulheres e discípulos, mas nada encontraram

Ó néscios e tardos de coração para crer!
Acaso os profetas não disseram o que ia acontecer?

De Moisés aos profetas, falou-lhes Jesus
De como deveria ser sua vida até a cruz

Ao aproximarem-se da aldeia, quis seguir
Mas eles o constrangeram: fica conosco aqui

Assentados à mesa, prontos para jantar
Tomou Jesus o pão e o partiu a abençoar

Abriram-se lhes os olhos! Era o nosso Senhor!
Acaso quando nos falava, não pulsava o coração em ardor?

Partiram sem demora, voltaram para Jerusalém correndo
E lá chegando, contaram e ouviram tudo o que vinha acontecendo

Portas fechadas, estavam os discípulos ali
Esperavam temerosos o que poderia lhe sobrevir

Paz seja convosco! Era Jesus a lhes aparecer
Não temais, sou eu mesmo, podem ver!

Passou curto tempo, voltou até a casa Tomé
O mestre esteve aqui! Só acredito se eu ver!

Paz seja convosco! Tomé venha aqui ver!
Ajoelhou-se e prostrou-se: meu mestre voltou a viver!

Pescavam a noite toda, sete discípulos de Jesus.
Nada pescaram, e o sol começou a mostrar sua luz.

Na praia, caminhava Jesus, sem eles o reconhecerem
Por acaso tendes aí algo para comerem?

Nada pescamos a noite inteira, infelizmente.
Jogue a rede do outro lado e crê somente.

Abriu-se lhes os olhos, o reconheceu o discípulo amado
Pedro, apressado, voltou para praia a nado

Assentados a beira-mar, convidou-lhes o Senhor
Vinde comei, vamos celebrar de Deus o amor

Após comer, Jesus chamou Pedro para caminhar
Vem comigo, meu discípulo, vamos conversar.

Pedro, filho de João, tu me amas?
Minhas ovelhas apascentas!

Três vezes perguntou, e na terceira, Pedro entristeceu
Jesus, eu te amo mais que estes, tu o sabes mais que eu.

Assim Jesus outras vezes mais apareceu
Testemunhando aos discípulos que a morte ele venceu.

Nesta manhã de Páscoa, vamos todos celebrar
Jesus venceu a morte! Ao nosso Senhor vamos celebrar!

Não deixemos de lado a missão confiada por nosso Senhor
Pregar e batizar toda humanidade, vivendo em amor!

É páscoa! Jesus ressuscitou!
Louvado seja o nosso Senhor!

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